Acrónimo Projeto: CLIMA-PESCA
Entidade financiadora: MARE2020 – Portaria nº 114/2019, de 29 de abril; Aviso 29/2019; Tipologia de operações – Artigo 4º, 2.º alínea -Parcerias entre cientistas e pescadores. Coordenação Universidade do Algarve
Acrónimo Projeto: CLIMA-PESCA
Entidade financiadora: MARE2020 – Portaria nº 114/2019, de 29 de abril; Aviso 29/2019; Tipologia de operações – Artigo 4º, 2.º alínea -Parcerias entre cientistas e pescadores. Coordenação Universidade do Algarve
Com o colapso das pescarias a escala global, e regional, torna-se evidente que as ferramentas tradicionais de gestão das pescas (quotas, seletividade das artes, tamanho mínimo de desembarque das espécies, épocas de defeso etc) não atingiram seus objetivos. O efeito da pesca e do ambiente operam sincronicamente sobre a pesca, e de forma cumulativa, sendo difícil de separa os seus efeitos.
As comunidades costeiras enfrentam mudanças sociais e ecológicas complexas em múltiplas escalas e velocidades. Os oceanos são severamente afetados pela mudança ambientais o que leva a impactos nos ecossistemas costeiros, espécies marinhas e consequentemente nas comunidades humanas a nível socioeconómico.
O projeto Clima-Pesca resulta de uma parceria estabelecida entre cientistas da Universidade do Algarve e pescadores. As tendências do efeito do clima sobre os recursos pesqueiros não são conhecidas a nível regional/nacional. Neste projeto o grau de conhecimento dos pescadores sobre este o efeito do clima nas pescas será estudado. As associações de pescadores servirão de plataforma de dinamização de encontros cientista-pescadores. Iremos dar formação na área da boa gestão da pesca e explicar como a interação CLIMA-PESCA pode afetar esta atividade. Os cientistas irão avaliar a vulnerabilidade da pesca ao clima e partilhar a informação com os pescadores e setor das pescas. Espera-se aumentar a literacia das comunidades piscatórias para que estas se possam tornar mais resilientes e encontrarem medidas de adaptação.
O primeiro passo será Caracterização do conhecimento das comunidades piscatórias (Locais de amostragem) relativo às Alterações Climáticas. Serão feitos inquéritos para avaliar o grau de conhecimento dos pescadores em diferentes portos distribuídos ao longo da costa Portuguesa, nomeadamente: Viana do Castelo; Povoa de Varzim; Matosinhos; Aveiro; Figueira da Foz; Nazaré; Cascais; Sesimbra; Setúbal; Sines; Lagos; Sagres; Portimão; Olhão; Quarteira; Tavira; Santa Luzia
Existem neste ponto necessidade de ter conhecimento da previsão do clima marinho a médio-longo prazo nas diferentes regiões. Ou seja, como é que o clima marinho se encontra no presente (ou passado recente) e no futuro.
O efeito das Alterações Climáticas nas pescarias pode ser medido de acordo com a capacidade de adaptação das espécies à mudança ambiental seguindo um quadro de avaliação de vulnerabilidade sugerido pelo Painel Internacional para as alterações climáticas (IPCC). Esta metodologia – “FRAMEWORK”- do IPCC combina a capacidade de exposição, sensibilidade e adaptação das espécies a uma variável climática e tende a ser usada como ponto de partida para a maioria das análises dos efeitos do clima, quando especificamente adaptada para a pesca.
Juntos, a exposição e a sensibilidade determinam os possíveis impactos que uma espécie ou sistema experimenta no estado presente / atual, que pode ser moderado por sua capacidade adaptativa.
Adaptação – a capacidade de uma espécie ou sistema (natural ou social) se adaptar para aumentar sua capacidade de lidar com (ou evitar) impactos associados a mudanças no clima, para maximizar as suas capacidades, moderar danos potenciais, aproveitar oportunidades ou para lidar com as consequências.
Utilizando dados disponíveis existentes para cenários globais de modelos climáticos e modelos oceanográficos, as principais variáveis ambientais previstas de mudarem pela força das alterações climáticas serão descritas após selecionadas pelos cientistas. O estudo destas variáveis irá permitir entender o clima numa perspetiva histórica em termos da variabilidade das principais tendências/preditores ambientais, por exemplo: analisar se a temperatura da água, padrões do vento, correntes têm mudado nas últimas décadas, nomeadamente em determinadas estações do ano.
Produzir uma revisão da literatura sobre a sensibilidade das espécies e capacidade adaptativa às mudanças ambientais, para avaliar a sensibilidade e a capacidade das espécies-chave de se adaptarem aos potenciais impactos das alterações climáticas. As características biológicos e ecológicos de uma espécie permite indicar a habilidade ou incapacidade de uma espécie responder à mudança ambiental. Indicadores biológicos/ecológicos podem considerar a estratégia reprodutiva de uma espécie, taxas de crescimento e de reprodução das espécies, sobrevivência das larvas de peixe etc.(Vulnerabilidade ecológica)
Será avaliada a sensibilidade socioeconômica e a capacidade de adaptação da pesca: por ex. Capacidade de mudar as práticas de pesca-esforço; dependência socioeconómica da comunidade piscatória/região na pesca, governânçia etc.(Vulnerabilidade socioeconómica).
Transmitir a informação relativa aos impactos das alterações climáticas nas diferentes regiões para debater medidas de adaptação. Ter feedback da Informação transmitida aos pescadores, mais o contributo relativo aos problemas que o setor consegue identificar, e considerando os resultados das análises de vulnerabilidade debater conjuntamente medidas de adaptação. É suposto identificar abordagens que sejam adaptáveis na prática a potenciais cenários de mudanças climáticas.